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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

MEU NOME É MALCO ...PREGAÇAO NA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS - MISSIONARIO TONY KANAAN

Meu Nome é Malco


Meu nome é Malco e sou um servo do sumo sacerdote judeu. Eu estava lá. Foi, provavelmente, a noite mais importante da minha vida. Junto com alguns soldados e outros dos principais sacerdotes e fariseus, eu tinha ido ao jardim do Monte das Oliveiras. Fomos à noite para encontrar um professor perturbador da Galiléia e prendê-lo.

Meu nome é Malco e eu estava lá. Estávamos preparados, ou pensávamos estar. Tínhamos armas e lanternas para ver onde estávamos indo, mas, mais importante, um dos seus partidários mais íntimos tinha concordado em nos ajudar a encontrar o homem quando ele não estivesse rodeado por multidões. Nós o encontramos muito bem; nosso guia, um discípulo de nome Judas, identificou-o dando-lhe um beijo. Ele parecia estar esperando por nós e não tentou fugir.

Meu nome é Malco e vi o que aconteceu em seguida. Estávamos lá em grande número para prendê-lo, mas havia uma ousadia nele, uma presença que nos chocou a todos. Num certo ponto, ele avançou e identificou-se e todos nós nos afastamos e caímos por terra como se ele nos tivesse atingido fisicamente. Ele nos pediu que deixássemos os discípulos que estavam com ele partirem livremente.

Meu nome é Malco e nunca esquecerei o que aconteceu naquela noite. Eu tinha me esforçado para ficar na frente da multidão e vi seus discípulos. Eles pareciam inseguros do que estava acontecendo ou o que fazer. Pode ser que o fato de Judas estar conosco os tivesse perturbado um pouco. Subitamente, um deles sacou uma espada (a maioria não estava armada) e feriu minha cabeça! Se eu não tivesse conseguido desviar, talvez ele me tivesse decapitado! Assim, sua espada cortou minha orelha direita. Imediatamente o lado de minha cabeça ficou coberto de sangue, e a dor era intensa.

O que aconteceu em seguida me pegou de surpresa. Nós estávamos ali para prendê-lo, para levá-lo às autoridades que, certamente, queriam lhe fazer mal. Eu tinha feito de mim um inimigo desse homem, mas ele delicadamente se aproximou e tocou minha orelha onde eu estava sangrando e me curou. Enquanto eu fiquei ali, ele se voltou e desafiou aqueles de nós que tínhamos vindo prendê-lo. "Vocês vieram como contra um assaltante, com espadas e clavas?" Seus discípulos se espalharam e correram. O resto da multidão agarrou-o e o amarraram e, em poucos momentos, eles o estavam levando embora aos principais dos sacerdotes e escribas.

Meu nome é Malco e eu estava lá. Ele me curou e jamais esquecerei.

(Esta história é ficção. Nada temos escrito por Malco, nem sabemos qual foi verdadeiramente sua reação ao ser curado. Contudo, as minúcias desta carta são tiradas das seguintes passagens: Mateus 26:47-56; Marcos 14:43-50; Lucas 22:47-53 e João 18:1-12).

Malco

Ele os viu chegar. Tochas em movimento, entre as árvores, à medida que a multidão avançava a seu encontro. O coração dele deve ter batido mais forte, e a adrenalina deve ter acelerado enquanto pensava: "É agora!" O inimigo havia chegado, orquestrado pelo antigo Grande Dragão. O seu tempo havia chegado.

Ele tomou à frente dos discípulos, todos confusos, ainda em estado de sonolência por dormir pouco e pelo muito estudo. Jesus, naquelas últimas horas, havia insistido com eles, tentando passar o ensino que lhes guiaria por toda a vida. Erguendo-se do chão que usaram de cama, eles depararam com uma multidão unificada formada de vários membros: soldados do templo, judeus livres, e escravos, todos enviados para pegar Jesus em flagrante, aproveitando a escuridão daquelas horas.

Quando ficou claro que Judas tinha vindo para trair a Jesus, entregando-o a seus inimigos, os discípulos começaram a se agitar. Eles pegaram as duas espadas para defender o seu Mestre. Duas espadas contra várias outras, mas estavam mostrando uma coragem que não voltariam a mostrar até no Pentecostes, dois meses depois (quando acusariam os seus irmãos de haverem crucificado o Filho de Deus). Pedro, como de costume, colocando o coração à frente da razão, partiu para o ataque. Ele manejou sua arma contra as fileiras diante dele, com a intenção de mutilar ou matar. Os homens se espalharam, fugindo de seu ataque impulsivo. Provavelmente os soldados desembainharam as espadas, as quais empunharam em defesa própria. Era inevitável que houvesse derramamento de sangue.

Um infeliz servo do sumo sacerdote foi um pouco lento para evitar a espada de Pedro. Ele moveu a cabeça para o lado, e o aço escorregou pelo seu rosto, cortando fora com perfeição a sua orelha direita.

Sua reação normal seria pôr a mão sobre a ferida em formato de concha, depois examinar a mão. O sangue jorrando em excesso certamente o fez cair de joelhos, vasculhando no escuro pelo chão a orelha perdida. Fico pensando se alguém disse alguma coisa enquanto ele soluçava, gritava e choramingava em dor e pânico.

Então o maravilhoso Jesus, sempre Senhor da situação, abaixou-se para tocar e emendar a orelha. Ele uniu novamente a orelha à cabeça; o sangramento se estancou, e o homem estava inteiro de novo.

Não posso entender por que Mateus (26:51-52) e Marcos (14:47) dedicaram tão poucos versículos a essa história fascinante e nem sequer mencionaram a cura. João (18:10-11) forneceu detalhes como o fato de que tinha sido Pedro quem atingiu, e Malco quem foi acertado. Mas ele, também, omite o milagre. Somente Lucas (22:47-51), o médico (que naturalmente se sentiria atraído por um milagre médico dessa natureza), nos conta acerca da cura.

Malco era um homem que se achava na multidão errada, defendendo a causa errada, envolvendo-se com pessoas erradas. Ele merecia perder a cabeça, e não a orelha.

Mas Jesus lhe demonstrou compaixão. Compaixão que desejo ardentemente demonstrar para com os meus inimigos, e para com o estranho. Compaixão e perdão SÃO duas características marcantes da vida de Jesus. Deus, ajuda-me a ser como ele.

 Pode ser que ele me esqueça, mas espero que não se esqueça do Homem que compartilhou comigo um pouco de sua compaixão. Será que toda vez que Malco mexesse a orelha, se lembrava de Cristo?

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